terça-feira, 27 de outubro de 2009

Gratidão

Sou grato. Grato por me fazer sentir a sinceridade. Grato por uma dignidade rara. Grato pelas diversas sensações antes jamais sentida. Grato pelo tempo e pela paciência. Grato pela minha ilusão inoportuna. Grato por está vivo e poder viver. Sou sim, grato por me fazer sentir como é a sensação de uma forte batida no coração, de um forte impulsão do pulso, da arritimia da lógica, do voar sem medo de cair.

Sou grato pela eternidade, pois enquanto eu for vivo, serás eterna. Sou grato, pois enquanto houve momento, houve vida. Sou grato pois ser grato é ser honesto, é guardar pra si sem ser seu, é enviar através do ar as melhores energias que podemos, é pedir ao divíno que divina sejas tua vida. Ser grato é melhor que ser vingativo. Ser grato é ser de alguém sem deixar de ser seu próprio. Ser grato é ser improvável, pois ser feliz por gratidão é utopia.

Fui Dante Alighieri. Busquei Beatriz. Conheci Cerbero. Convive com Virgílio. Conversei com Vinícios. Mas não achei o que procurava. Fui a lugares sem nomes, vi arte sem sentido, comi o pão do pecador, me entreguei e descobri que não podia... Fui até onde pude, e quando ví a ponte lá não estava. Mas, mesmo assim, sinto o eterno. E é o eterno que vai te alimentar, pois o etéreo desmanchou no ar. Sou grato, pois sou uma caixa que a pouco tempo estava vazia e hoje está cheia. Desde os primórdios fui grato. Hoje eu sou e amanhã continuarei sendo.

R.